É tempo de abraçar a Saúde Mental
Todos concordamos que a Saúde é um bem maior e que, na sua ausência, muito do que necessitamos para levar a cabo
a nossa vida fica comprometido. Todavia, nem sempre esta constatação se faz acompanhar da consciência acerca da
necessidade de cuidarmos da nossa saúde e de traduzir essa atitude em ações concretas.
Esta realidade é particularmente evidente e crítica no domínio da saúde mental. Seja por desvalorização,
estigma, entre outros, as pessoas em geral tendem a percecionar e a comportar-se de forma distinta perante
situações de doença física e psicológica. Esta visão fragmentada tem atravessado tempos, geografias e gerações e
o resultado são consequências severas que se tornaram especialmente evidentes durante a pandemia.
A boa notícia é que este padrão está a mudar. Ao proferir a declaração de que “Não há saúde sem Saúde Mental”, a Organização Mundial
da Saúde (OMS) tornou inequívoca a importância e urgência que devemos atribuir a esta área da saúde. Vamos saber
porquê.
O que é a saúde mental?
Sendo uma parte integrante da Saúde em geral, a saúde mental é definida pela OMS como um estado de bem-estar que
permite às pessoas realizar as suas capacidades e potencial, lidar com o stress expectável do dia-a-dia,
trabalhar produtivamente e contribuir ativamente para a comunidade.
À semelhança do que sucede na vertente física, a saúde mental não corresponde a algo que se tem ou não se tem
devendo, em vez disso, ser encarada como um continuum. A razão para tal é que o leque de dificuldades e
problemas relacionados com a saúde mental podem ter intensidade e gravidade muito distintos e variáveis. Assim,
não devemos restringir a manutenção de uma boa saúde mental à ausência de problemas porque, muito para além
disto, ela traduz um estado global de bem-estar, produtividade, participação social e qualidade de vida.
Que impacto têm os problemas de saúde mental?
Apesar de muito comuns - qualquer pessoa pode, a dado momento, experienciar um problema de saúde mental -,
alguns dos problemas que podem afetar a nossa boa condição mental como ansiedade, depressão e burnout são muitas
vezes desvalorizados. No entanto, estes quadros podem ter um impacto muito negativo na nossa vida: eles causam,
por si só, sofrimento, tornam-nos mais vulneráveis à doença física e podem interferir na nossa capacidade para
realizar tarefas do dia-a-dia como trabalhar, aproveitar os tempos livres e manter relações saudáveis, entre
outras consequências potenciais.
Voltando às boas notícias: a maior parte das dificuldades e problemas de saúde mental podem ser tratados e até
evitados. Para isso, é fundamental apostar na literacia neste domínio, pois a falta de informação – ou
deficiente informação – é muitas vezes o que alimenta o estigma historicamente associado às questões de saúde
mental, inibindo o acesso e procura de ajuda, levar a sentimentos de vergonha, exclusão social e perda de
oportunidades.
Como podemos cuidar da nossa saúde mental?
Manter uma boa saúde mental é essencial para viver com saúde e bem-estar. Neste sentido, podemos e devemos
adotar comportamentos que ajudem a que nos sintamos bem connosco, com os outros e com a nossa vida, a prevenir
dificuldades e problemas e a sermos resilientes em face das pressões pessoais e profissionais.
Algumas sugestões para ajudar a promover uma boa saúde mental incluem:
-
levar um estilo de vida saudável
-
investir em relações positivas
-
reservar tempo para cuidar de nós
Cuidar de nós é o primeiro passo de uma rotina que nos ajuda a perseguir a melhor versão de nós próprios. O
autocuidado envolve todas as atividades que, regularmente, escolhemos fazer e que concorrem para o nosso
bem-estar e saúde no seu todo. Contribui para prevenir e diminuir o stress e a ansiedade, ajuda-nos a tomar
melhores decisões e a manter a energia, a confiança e autoestima, tornando-nos mais resilientes e menos
vulneráveis e mais eficientes a ultrapassar adversidades.
Por fim, é importante lembrar que não é necessário ter um “problema” ou uma “doença” para procurar ajuda. Os
psicólogos podem ajudar a construir uma boa autoestima ou a encontrar um propósito para a nossa vida.
Todavia, em momentos mais difíceis ou numa situação de crise, procurar esta ajuda é essencial e constitui uma
importante medida de autocuidado. Saiba mais em www.eusinto.me.
Autoria: Ordem dos Psicólogos Portugueses
Apoio e edição: Multicare
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