A menopausa é sinalizada como o último período menstrual que ocorre na vida de uma mulher. Este evento natural e inevitável traz consigo uma série de mudanças hormonais e sintomas que podem afetar significativamente a qualidade de vida das mulheres. Este artigo explora os diferentes aspetos da menopausa, desde as suas definições médicas até aos sintomas associados e suas consequências.
Por definição, a menopausa normalmente é considerada de forma retrospectiva, ou seja, se passarem pelo menos mais de 12 meses desde a última menstruação. Para o diagnóstico, na prática médica pedem-se outros exames para confirmar o Estado de Menopausa ou Pós-menopausa , pois podem coincidir outras causas que levam à ausência de menstruação.
Definição e fases da Menopausa
- Menopausa – idade da última menstruação
- Menopausa Precoce - última menstruação antes dos 40 anos
- Menopausa Tardia - última menstruação após os 55 anos
- Pré-menopausa – período de transição de aproximadamente 2 anos antes da última menstruação
- Perimenopausa – período considerado entre 1 ano antes e os 3 anos depois da última menstruação
- Pós-menopausa ou estado de menopausa – período de vida da mulher após a última menstruação
Quando acontece a menopausa na vida da mulher?
A menopausa assinala o fim da idade reprodutiva na mulher, em que os ovários deixam de produzir as hormonas femininas, que são o estrogénio e a progesterona, tendo como consequência a perda da capacidade de procriar espontaneamente. Este é um acontecimento que ocorre em média aos 51 anos nos países ocidentais, mas cuja idade varia em diferentes etnias e culturas. Quase todas as mulheres têm a sua menopausa entre os 45 e os 55 anos inclusive, sendo que a definição de Menopausa precoce é quando esta ocorre em idade inferior aos 40 anos, e a Menopausa tardia se esta ocorre após os 56 anos, inclusive.
As alterações que se verificam no estado de Menopausa relacionam-se sobretudo com a quebra do nível dos estrogénios, havendo uma suscetibilidade individual à descida dos níveis hormonais. Esta variação individual leva a que existam casos com uma boa adaptação a esta nova realidade hormonal, assim como no outro extremo, situações em que as mulheres se sentem francamente mal com múltiplas queixas que se prolongam no tempo.
Os tecidos e órgãos mais dependentes da ação dos estrogéneos são o cérebro, tratos genital e urinário, pele, mamas, ossos e articulações.
Principais Sintomas e Suas Implicações
Os sintomas mais comuns da menopausa incluem:
- Afrontamentos
- Alterações de humor
- Perturbações do sono
- Aumento de peso
- Disfunção sexual
- Queixas urinárias
- Queixas articulares e ósseas
No âmbito da suscetibilidade do sistema nervoso central, incluem-se os sintomas mais comuns e que incluem os afrontamentos, as perturbações do sono, as alterações do humor e cognitivas e o desinteresse sexual.
Os sintomas vasomotores, vulgarmente chamados de afrontamentos ou ondas de calor, são comuns no início da menopausa e 75% desaparecem entre 1 e 5 anos, embora haja casos em que persistem para além dos 70 anos. São descritos como uma súbita sensação de calor no tronco e face, que pode generalizar-se ao resto do corpo.
Tem-se verificado haver uma associação entre uma maior intensidade de afrontamentos e um maior risco de acidentes cardiovasculares a partir da idade da menopausa, devendo estas mulheres ser sinalizadas para despiste e prevenção destas complicações.
Das alterações do humor referidas constam a irritabilidade, a ansiedade aumentada e a tendência para a tristeza e depressão.
Para a disfunção sexual contribuem não só o desinteresse e a desmotivação sexual, como também as modificações a nível genital provocadas pela baixa dos estrogénios.
As queixas urinárias incluem infeções frequentes, alterações na frequência urinária e surgimento ou agravamento de incontinência urinária.
Outros impactos na saúde e tratamentos disponíveis
A menopausa pode acelerar o processo de envelhecimento natural, não só pelas alterações já descritas como por interferir nos sistemas metabólico e cardiovascular, contribuindo para o aumento do colesterol, uma maior resistência à insulina, excesso de peso, hipertensão arterial e sedentarismo. As consequências destas alterações não devem ser ignoradas, pois podem ter um impacto importante a curto e médio prazo em termos de doenças e mortalidade.
Há que dar uma particular atenção às mulheres com queixas ósseas e avaliar que outros fatores de risco têm para a osteoporose. A baixa do nível de estrogénios contribui para a perda de massa óssea acelerada que se verifica nas mulheres nos primeiros 10 anos de menopausa, com risco aumentado de fraturas e osteoporose neste período da vida.
Existe uma grande variabilidade na intensidade e duração dos sintomas de menopausa, podendo estes ser transitórios e irem reduzindo progressivamente até desaparecerem ou, pelo contrário, prolongarem-se no tempo até muitos anos ou mesmo agravarem. A avaliação dos sintomas e a decisão de quais os tratamentos de compensação a seguir deve ser considerada caso a caso, e de acordo com a motivação da mulher, a sua situação de saúde e os ganhos que poderá obter com a eventual terapia ou tratamento.
A menopausa é uma fase natural da vida de uma mulher que traz consigo uma série de desafios físicos e emocionais. É importante que a mulher discuta as suas opções de tratamento com um médico ginecologista que disponibilizará toda a informação sobre os riscos e benefícios dos tratamentos disponíveis que, na grande maioria das situações, podem reverter e tratar as queixas e situações descritas.
Autoria: Dra. Susana Coutinho | Médica especialista em Ginecologia-Obstetrícia
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