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Os benefícios da estimulação cognitiva digital

Prevenção e tratamento de doenças neurodegenrativas: os benefícios da estimulação cognitiva digital


Doenças neurodegenerativas são doenças causadas pela morte progressiva de neurónios levando a uma incapacidade crescente. A doença neurodegenerativa mais frequente é a Doença de Alzheimer em que a morte progressiva de neurónios cerebrais leva à perda das funções mais nobres do cérebro como a memória, linguagem, capacidade de raciocínio, orientação e cálculo, entre outras.

Não há cura para as doenças neurodegenerativas, mas há intervenções farmacológicas e não farmacológicas que podem melhorar a sua evolução e ajudar a tratar muitos dos sintomas incapacitantes. Há também uma preocupação crescente com a prevenção das doenças degenerativas, sobre como aumentar a nossa reserva cognitiva para podermos adiar estes processos e manter funcionalidade o máximo de tempo possível.

Na prevenção e tratamento das doenças neurodegenerativas, as intervenções não farmacológicas têm assumido uma importância crescente. Não só são desprovidas de efeitos secundários ou contraindicações como podem ser implementadas de várias formas incluindo em formato digital e remotamente. São no geral bem aceites e podem ser utilizadas em combinação, sucessivamente, no domicílio do doente, individualmente ou em grupo e complementam a terapêutica farmacológica.

Uma das dificuldades associadas à validação e generalização das terapias nas doenças neurodegenerativas prende-se com o seu custo, acessibilidade, heterogeneidade das técnicas utilizadas e diferenciação dos agentes que as promovem, bem como a dificuldade em desenhar estudos científicos que validem a sua eficácia. Efetivamente, em algumas áreas, a evidência de benefício é pouco robusta, independentemente dos benefícios subjetivos de doente e cuidador. Falamos de intervenção no ambiente do doente, de musicoterapia, aromaterapia, terapia com animais de companhia, terapia por arte e técnicas de relaxamento. Com um nível mais sólido de evidência de benefício estão outras terapias, nomeadamente a fisioterapia, terapia ocupacional e as chamadas terapias cognitivas ou terapias de estimulação cognitiva.

 A terapia cognitiva consiste em tarefas standardizadas que pretendem treinar funções cognitivas específicas e globais no pressuposto de que tal poderá reduzir a velocidade do seu declínio, preservar estas funções ou contribuir para a sua melhoria. Há vários estudos que mostram claramente que o seu impacto é positivo e máximo nas fases mais precoces de doença neurodegenerativa, quando o utilizador ainda não preenche critérios de demência nomeadamente na fase de defeito cognitivo ligeiro. Há também benefício da sua utilização na prevenção de doença como forma de aumentar a nossa plasticidade cerebral e reserva cognitiva, de maneira a poder adiar o declínio funcional.

Em Portugal, a empresa Neuroinova, liderada pela Dra. Joana Pais (Neuropsicóloga) e Dr. Vitor Tedim Cruz (Neurologista), desenvolveu uma ferramenta de estimulação cognitiva online, validada para a população portuguesa, denominada COGWEB®. 

A COGWEB® é um dispositivo médico, o que garante a sua qualidade, segurança e rigor de desenvolvimento sendo também, o único programa de treino cognitivo registado em Portugal como tal.

Esta solução digital utiliza exercícios online monitorizados por neuropsicólogos e demonstrou eficácia na intervenção precoce nas doenças neurodegenerativas. As terapias digitais online como a COGWEB são fáceis de implementar e de utilizar com o doente no seu domicílio, em ambiente familiar, podem ser ajustadas e personalizadas pelos profissionais de saúde que as monitorizam, gerando relatórios de progressão que podem ser utilizados posteriormente na consulta pelo médico que acompanha o doente. Uma outra vantagem é que estas terapias são muito menos onerosas do que as terapias presenciais, desde logo porque evitam deslocações, frequentemente impossíveis em doentes com limitações de mobilidade e acessibilidade.

 As terapias de estimulação cognitiva digital são ferramentas válidas, fáceis de utilizar e de importância crescente na prevenção e tratamento precoce das doenças neurodegenerativas. Têm resultados comprovados e são acessíveis para quem sofre de doenças causadoras de declínio cognitivo. 

 

Autoria: Dra Sofia Nunes de Oliveira | Médica Especialista em Neurologia​​​​​

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